ENCONTROS E DESENCONTROS ENTRE A TEORIA E A REALIDADE DA PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO

Limites e possibilidades da agência popular em Lima e Callao (1961-2020)

Resumo

Desde 1940, a conurbação de Lima Metropolitana e Callao iniciou a sua metamorfose devido à intensificação dos processos migratórios, um processo que incrementou a brecha no acesso à habitação. Desde então, a auto-produção de cidade e habitação consolidou-se como o principal modo de produção do espaço urbano. Em contraste com este fenómeno, os esforços de planejamento urbano estatal e privado concentraram-se apenas em áreas urbanas consolidadas, o que levou a um desenvolvimento desigual. Desde da perspectiva da Teoria Urbana Crítica, mediante o uso da metodologia mista, a produção do espaço urbano em Lima e Callao é analisada desde o papel dos agentes produtores, abordagens ideológicas e efeitos sócio-espaciais, com ênfase nos processos populares, uma vez que são a maioria. Fica claro que as bases epistemológicas da autoprodução do espaço urbano, entendida como informalidade urbana, tanto da academia como do Estado, conduzem ao desenvolvimento de políticas públicas ineficazes que apenas beneficiam certos grupos de poder, negando a sua condição dinâmica e a sua multicausalidade; ao mesmo tempo que insiste na perpetuação da dialética formal e informal, quando na prática esta distinção é irreal.